6 de março de 2008

Mulher Brasileira


Hoje também é 08 de março!
Mais um “dia internacional da mulher” que se aproxima, e volto aqui para bater na mesma tecla: comemorar o que? Que as mulheres continuem apanhando e sendo mortas por seus companheiros? Que sejam abusadas sexualmente por pessoas que deveriam protegê-las? Não, acho que ainda falta muita coisa mudar, para termos motivos para comemorar.

Não sou feminista, e nunca pretendi sê-lo, mas quando minha querida amiga Grace, que é uma mulher admirável, diga-se de passagem, fez um convite não só a mim, mas a todos os blogueiros para postarem neste dia 08/03 sobre a valorização da mulher brasileira, eu não pude resistir, e cá estou postando. E vocês claro se perguntando: será que ela enlouqueceu de vez e não sabe que ainda faltam 2 dias para o dia 08 tadinha.....Claro que eu sei, mas sei também que se eu deixasse para sábado este post não sairia de jeito nenhum, o meu fim de semana está curtíssimo para a quantidade de coisas que eu tenho que fazer, e minhas noites mais curtas ainda para a quantidade sonhos que eu quero sonhar, logo aproveitei que hoje cheguei mais cedo e por isso já estou postando, a data de fato não importa.

Falar sobre a valorização da mulher brasileira não é das coisas mais fáceis, mas não mesmo, eu sei que muita gente vai falar da exportação das mulheres principalmente para alguns paises europeus, por isso decidi escrever por outro ângulo. Vivemos em um país no qual a mulher é tratada como um produto nacional para exportação, vide o turismo sexual, ao qual eu acabei de me referir, mas também porque a sociedade brasileira e as mulheres em especial parece que entraram em um surto coletivo e acham que a única coisa que importa no mundo é ter peitão e bundão, e claro estão cada vez mais se padronizando por causa disso, com exceção das que se tornam anoréxicas, claro.

Quero dizer que não sou contra a pessoa se cuidar,fazer plásticas, acho que se pode está com vontade e acha necessário, a pessoa tem mais é que ir em frente, acho que tem que se cuidar mesmo, é muito legal a gente se sentir bem consigo mesma, bonita, de bem com tudo e com todos, mas fazer disso uma obrigação, ou uma obsessão já é uma doença. Você tem que querer se cuidar para se sentir bem, e não porque a mídia cobra que você seja uma mistura de Juliana Paes com Gisele Beudechen, ou porque alguém reclamou que sua cintura está 1 cm acima do padrão aceitável na Semana de mOda de Milão. Ou ainda porque você como mulher brasileira TEM que ser a mulher mais gostosa e maravilhosa do mundo, minha filha se você colocar na sua cabecinha que é a mulher mais gostosa do mundo, você o será, tenha certeza disso, sendo brasileira ou não.

Claro que eu queria ter o corpitcho da Juliana Paes, que mulher em sã consciência não gostaria, mas não tenho, sou diferente dela, menos no quesito celulite, e também não tenho a grana que ela tem, então me cuido como posso, sem fazer disso meu ideal de vida. Eu acho que todas devemos ter prioridades, eu pelo menos tenho as minhas, e com certeza não é ter um corpo perfeito. Eu sou normal eu gosto e muito de me sentir admirada, amo receber elogios, mas tem coisas que também são importantes para mim: porque se eu me sentir burra, eu me sinto feia, se eu me sentir triste, eu me sinto feia, se eu não amo ou não me sinto amada, eu me sinto feia.

Então o negócio é o seguinte, vamos ser lindas maravilhosas, poderosas e absolutas, mas não vamos permitir que nos tratem como um pedaço de carne no açougue que qualquer pessoa pode adquirir e fazer o que bem quiser.

Por favor, todo mundo, homens e mulheres, somos mais que isso, que um corpo que vai envelhecer (eu particularmente prefiro esta opção a outra que é morrer nova), mas que deve ser cuidado para envelhecer bem, saudável e não maltratado, porque alguém colocou na sua cabeça desde a mais tenra idade que deve ser assim, que a sociedade só aceita as mulheres perfeitas e que na busca pela perfeição vale tudo.

E principalmente, não vamos esquecer que uma mente, esta sim, pode se manter eternamente jovem.

Beijos mil para cada uma das mulheres maravilhosas que fazem parte da minha vida e que eu amo muito, muito, muito.
Imagem: The Broken Column (1944) - Frida kahlo

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