Confissões...parte II, a missão!
Estava lembrando que apesar de não fazer listas de final de ano eu lembro que fiz uma pseudo lista de coisas que um dia eu mudaria em mim...uma delas era aprender a dizer NÃO...e não é que até agora eu ainda não consegui isto??? Continuo achando que posso ajudar todo mundo, que é uma espécie de obrigação, e aí, claro, não tenho a menor coragem de dizer não...eu posso com isso?
Mas eu descobri que este é um mal que aflige zilhões de pessoas, ao menos não estou só no mundo nessa minha insistência pelo SIM!
E de hoje em diante também quero colocar na minha lista outras coisinhas que independente de ser começo, meio ou fim de ano eu quero mudar em mim: este medo que eu tenho de ser feliz (segundo o psicoterapeuta Flávio Gikovate este medo acomete muita gente), tento me convencer que mereço, mas e essa minha cabeça doida acredita? Qua nada! Agora dinheiro para fazer terapia que é bom, no hay!
Mas como eu estou na TPM, mas não vim a este mundo a passeio e sim para ser feliz, vou deixar, um pedacino de um texto dele que fala sobre a felicidade, e de bônus um trecho de uma música linda, linda, linda. Primeiro a música: "O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo".
Trecho extraído do artigo "Uma pausa para pensar um pouco sobre o amor", de Flávio Gikovate:
"Aprendendo a lidar com o medo da felicidade
O amor, que era um prazer negativo, ganha um enorme ingrediente positivo relacionado ao fato da pessoa formar o elo com alguém que também seja o seu melhor amigo. Se este parceiro for também aquele com quem se têm as relações sexuais (agora sim dignas deste nome), então estamos diante daquilo que tenho chamado de +amor, ou seja, aconchego mais amizade e mais sexo! Atenuamos o desamparo, trocamos carícias eróticas e somos íntimos da mesma pessoa. É o máximo que se pode pretender de um relacionamento afetivo.
É uma pena que seja um encontro tão incomum. Não é à toa, pois ele depende de um grande desenvolvimento emocional, moral e também de uma grande coragem. Isso porque somos portadores de mais um problema enorme que é o seguinte: temos muito medo da felicidade. Sempre que nos aproximamos desse estado de plenitude, no qual sentimos que nada nos falta – ainda que isso seja uma sensação que descreve um momento ou um breve período – nos apavoramos porque sentimos que algo de terrível está para nos acontecer.
Todo o pensamento supersticioso, tão profundamente arraigado em nossa cultura, tem a ver com o medo da felicidade. Acontecimentos positivos nos levam a praticar rituais de proteção contra as eventuais desgraças que parecem estar prestes a acontecer. Como a felicidade sentimental é o maior sonho da maioria das pessoas também é a mais forte causa do medo da felicidade. Penso também que o fenômeno amoroso tem uma relação direta e imediata com o medo da felicidade, porque ambos derivam da dramática experiência do nascimento. Até um determinado momento, estávamos vivendo em plena harmonia no útero materno e, num instante seguinte, fomos dramaticamente expulsos de lá. Se o amor provoca sensações parecidas com a plenitude uterina, parece que, ao conseguirmos realizá-lo, seremos vítimas de uma nova ruptura, de um novo “big bang”.
Felizmente isso não é verdadeiro. Trata-se de uma espécie de condicionamento, uma fobia que se estabeleceu a partir do trauma do nascimento. A verdade é que a felicidade não aumenta em nada as chances de que coisas ruins nos aconteçam. Mas não acreditamos nisso. E aí, o que fazemos? Fugimos ativamente da felicidade buscando parceiros menos adequados e que não irão nos completar inteiramente. Essa é apenas uma das muitas manifestações destrutivas que têm que ser combatidas por aqueles que pretendem avançar na direção de uma ótima qualidade de vida. Assim sendo, tentar domesticar o medo da felicidade e as tendências autodestrutivas que derivam dele é o último e dificílimo obstáculo a ser vencido por aqueles que querem conhecer de perto a paz de espírito e as alegrias que caracterizam a felicidade possível".
O amor, que era um prazer negativo, ganha um enorme ingrediente positivo relacionado ao fato da pessoa formar o elo com alguém que também seja o seu melhor amigo. Se este parceiro for também aquele com quem se têm as relações sexuais (agora sim dignas deste nome), então estamos diante daquilo que tenho chamado de +amor, ou seja, aconchego mais amizade e mais sexo! Atenuamos o desamparo, trocamos carícias eróticas e somos íntimos da mesma pessoa. É o máximo que se pode pretender de um relacionamento afetivo.
É uma pena que seja um encontro tão incomum. Não é à toa, pois ele depende de um grande desenvolvimento emocional, moral e também de uma grande coragem. Isso porque somos portadores de mais um problema enorme que é o seguinte: temos muito medo da felicidade. Sempre que nos aproximamos desse estado de plenitude, no qual sentimos que nada nos falta – ainda que isso seja uma sensação que descreve um momento ou um breve período – nos apavoramos porque sentimos que algo de terrível está para nos acontecer.
Todo o pensamento supersticioso, tão profundamente arraigado em nossa cultura, tem a ver com o medo da felicidade. Acontecimentos positivos nos levam a praticar rituais de proteção contra as eventuais desgraças que parecem estar prestes a acontecer. Como a felicidade sentimental é o maior sonho da maioria das pessoas também é a mais forte causa do medo da felicidade. Penso também que o fenômeno amoroso tem uma relação direta e imediata com o medo da felicidade, porque ambos derivam da dramática experiência do nascimento. Até um determinado momento, estávamos vivendo em plena harmonia no útero materno e, num instante seguinte, fomos dramaticamente expulsos de lá. Se o amor provoca sensações parecidas com a plenitude uterina, parece que, ao conseguirmos realizá-lo, seremos vítimas de uma nova ruptura, de um novo “big bang”.
Felizmente isso não é verdadeiro. Trata-se de uma espécie de condicionamento, uma fobia que se estabeleceu a partir do trauma do nascimento. A verdade é que a felicidade não aumenta em nada as chances de que coisas ruins nos aconteçam. Mas não acreditamos nisso. E aí, o que fazemos? Fugimos ativamente da felicidade buscando parceiros menos adequados e que não irão nos completar inteiramente. Essa é apenas uma das muitas manifestações destrutivas que têm que ser combatidas por aqueles que pretendem avançar na direção de uma ótima qualidade de vida. Assim sendo, tentar domesticar o medo da felicidade e as tendências autodestrutivas que derivam dele é o último e dificílimo obstáculo a ser vencido por aqueles que querem conhecer de perto a paz de espírito e as alegrias que caracterizam a felicidade possível".
*Flávio Gikovate Médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor
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