1 de abril de 2017

A de Atenas

Desde de criança tenho esse amor inexplicável pela Grécia, acredito que na verdade isso venha da minha paixão pela História Antiga e a mitologia grega. Some-se a isso os romances açucarados da minha adolescência que não eram povoados por príncipes encantados, mas sim por deuses gregos. Quando aos quinze anos todo mundo sonha em ir para a Disney eu sonhava em ir para Atenas.
O sonho se realizou em 2006, passados quase vinte anos dos meus quinze. Viajei com duas amigas e a ida foi um tanto quanto tortuosa. Como não conhecíamos Paris decidimos que ela seria a porta de entrada e que na volta ficaríamos um tempo por lá.
Saímos em uma terça-feira, por volta das seis da manhã de Recife para São Paulo, pela antiga TAM, atual LATAM. Saímos de São Paulo por volta das 18h do mesmo dia rumo a Paris. Chegando em Paris o nosso voo para Atenas só sairia às 20h, então fomos aproveitar e conhecer a Torre Eiffel. Quando voltamos para o aeroporto, eu, a rainha da enxaqueca, já estava com uma se aproximando. Resumo da história, aterrizei em Atenas na parte de trás da aeronave, desta vez um voo da AirFrance vomitando(eca) e trocando umas ideias com as comissárias francesas.
E para mostrar como Atenas me marcou desde a chegada, minha mala não chegou. Mas e quem queria saber, eu tinha melhorado da enxaqueca, lia todas as placas com as letras do alfabeto grego e pensava, quem se importa com roupa, minhas calcinhas estão na bagagem de mão e eu estou em Atenas.
No dia seguinte vestindo roupas emprestadas comprei uma sandália confortável e fui a pé até a Akrópoli. Estávamos hospedadas no Hotel Alma, bem próximo a Omonia Square, e também à Syntagma Square, e é literalmente uma linha reta até a Plaka e a Akrópoli. Enquanto caminhava recebi uma ligação do aeroporto, minha mala rebelde chegaria naquele mesmo dia e seria entregue na manhã seguinte, a teimosa havia ficado em Paris.
Saindo do hotel aproveitei e já comprei CD e DVD de Mixalis Hatziannis, cantor grego que eu amo, e fui mais contente que pinto no lixo subir para a Akrópoli, e aí só tenho duas coisas a dizer, chorei muito e esqueci literalmente do tempo lá em cima, subimos pela manhã e descemos por volta das quatro da tarde. A emoção de estar em um lugar tão antigo, com tanta história naquelas colunas sagradas, que sobreviveu ao tempo, guerras e terremotos, é algo indizível, agora mesmo enquanto escrevo isso ainda custo a acreditar que estive lá.
Quando finalmente descemos, antes passando pela Ágora, fomos comer o autentico souvlaky grego, que além de delicioso é bem barato, e eu fui começar meu contrabando de olhos gregos e outras cositas mais na Plaka, bairro cheio de lojinhas, delicioso e que tem uma rua perfeita chamada Adrianou.
Eu realmente não lembro de depois ter saído mais, estávamos muito cansadas. No dia seguinte já de posse das minhas roupas passamos por uma agência de turismo próxima ao hotel e compramos uma excursão para Santorini, que eu vou contar em outro post, por um preço bem camarada, com direito a ida e volta em ferryboat da Blue Star Ferries, translado do porto para o hotel, e hospedagem. Depois lá fomos nós bater perna por Atenas, fomos ver a troca de guardas na Syntagma Square, um verdadeiro ballet, além de os guardas serem lindos, até quis casar com um, mas não sabia pedir a mão dele em grego e deixei por isso mesmo (até hoje me arrependo). De lá voltamos a explorar a cidade e fomos ao Panatinaykos, palco dos primeiros jogos olímpicos da era moderna. Para não perder o vicio passamos pela Plaka, e já começamos a virar locais na Adrianou. à noite saímos com dois amigos gregos que nos levaram a um restaurante típico, no qual após cada um estar com uma garrafa de vinho acima da humanidade, ainda fomos dançar numa discoteca para lá de animada, nem bem às seis da manhã do sábado voltamos para o hotel, bêbadas e felizes.
E como dormir é para os fracos, às 9h estávamos a postos para pegar um ônibus para Sounion, que fica distante 64 km de Atenas, às margens do Mar Egeu, onde há um templo de Poseidon.
Descansar não fazia mesmo sentido quando voltamos saímos de novo para conhecer um monte chamado Lykavitos, onde há uma linda igreja para Agios Yorgos, o famoso São Jorge, depois foi pizza e cama porque o domingo seria longo.
No dia seguinte, voilá, era dia de visitação gratuita à Akropoli, e o que foi que fizemos? Subimos lá, desta vez com muito mais turistas, mais uma vez. De lá fomos conhecer o Templo de Zeus, pois com o ingresso que compramos na primeira visita tínhamos direito de entrar em outros templos e aos domnigos é tudo de graça. Depois fomos cumprimentar nossos amigos da Plaka e saímos com nosso outro amigo que nos levou a uma praia linda com restaurantes fantásticos.
No dia seguinte levantamos de madrugada para pegar o metrô para o Porto de Pireus, de onde pegamos o navio para Santorini. Na terça-feira de madrugada voltamos a Atenas e na quarta-feira fui me despedir da cidade que amo, depois de sete dias de sonho. Era hora de voltarmos a Paris.

HOTEL ALMA, o hotel e simples, mas tem café da manhã e o preço é bem em conta. A rua dele fica meio esquisita à noite, mas não nos padrões brasileiros de assalto, só mesmo pessoas vendendo drogas, afinal ele fica bem no centro da cidade.
SYNTAGMA SQUARE, lá fica a sede do parlamento e a troca da guarda acontece o dia todo.
MIXALIS HATZIANNIS  procura no youtube, se você ouvir e não se apaixonar, não sei não.
BLUE STAR FERRIES, eu esperando uma balsa tipo a Rio-Niterói e me deparo com um navio de 8 anadares, escada rolante, restaurantes, tudo de bom.
SOUVLAKY, vendido no meio da rua, mega barato e delicioso, foi nosso almoço diário.
ADRIANOU melhor rua para comprar coisas bem legais e baratas, além das famosas lembrancinhas.
FOTOS: para quem quiser, algumas fotos da viagem estão aqui

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